Borboleta

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016



SATSANG DE 10 NOVEMBRO



O apresentador: Hoje, temos apenas pouco tempo para o satsang porque estamos atrasados sobre o horário previsto. Não poderá, portanto, ser respondido todas as perguntas. Mas os sadhakas22 que não terão tido resposta não devem ficar desapontados. Se for a prática do sadhana23 que lhes coloca problemas, é-lhes suficiente que escreva ao ashram. Mataji responderá mais cedo ou mais tarde, ainda que em poucas palavras.

Questão: A graça de Deus é necessária para poder começar as práticas espirituais, ou esta graça é obtida por estas práticas? Em qual momento a graça de Deus intervém no sadhana? 

Mâ: A graça de Deus derrama-se permanentemente sobre vocês. O espírito é como um vaso. Se a sua abertura for virada para cima, a chuva da graça pode inundá-lo. Mas, se a sua abertura for virada para baixo, o vaso não pode recolher nada. O único esforço que deve fazer-se é virar a abertura do espírito no bom sentido, de modo que a graça onipresente de Deus possa derramar-se. Esta Graça foi, é e será sempre. 

Não há jamais interrupção no fluxo da Graça divina. Ter fé em Deus, rogá-lo e abandonar-se a ele, aí está o esforço que há a fazer para abrir-se e receber essa Graça sempre presente. 

Quando você faz isso, chega um momento onde você não é mais capaz de saber se recebe ou não a graça porque você está imerso nela. Você compreende então que tudo o que é, não é nada mais que a Graça de Deus. Você deve cultivar esta atitude de abertura à Graça e sempre lembrar sua necessidade. Então, naturalmente, você estará permanentemente nesta graça. 



Questão: Sim, mas esta graça é apenas um resultado do sadhana? Ela não intervém bem antes, para fazer-nos começar a ascese? 

Mâ: Eu já havia respondido a esta questão: para receber a graça divina, deve-se inevitavelmente praticar o sadhana. Baba explique isso. 

Swâmi Prakashânanda: Quando você faz seu japa23, que a sua prática não encontra obstáculos e que a sua concentração é profunda, é o sinal que você está em estado de graça. A graça flui todo o tempo sobre aquele que permanece neste estado de grande concentração. Sem a graça de Deus, você pode praticar o sadhana durante vidas e vidas sem resultado. Mas o fato de que você tenha vindo aqui é mesmo o sinal da graça de Deus, é o sinal de uma graça divina.

Se você está atado (amarrado) a esta prática, é um sinal ainda mais indubitável desta graça. 

Se você é louco pelo seu sadhana, então é porque você está em estado de graça muito grande. O sadhana praticado com coração e assiduidade é, pois, o meio para obter a graça de Deus. Mas por outro lado, sem a graça de Deus ou do guru, não é possível ter a concentração necessária para o sadhana. 



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22* Sadhaka: Buscador espiritual, aquele que está engajado numa ascese ou sadhana. 
23* Sadhana: prática espiritual ou ascese. 
23* Japa: oração jaculatória baseada na repetição interior de uma curta fórmula sanskrita ou mantra. 

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Questão: Nós meditamos todos sobre você Mataji; e você, sobre quem medita? 

(risos do auditório) 

Mâ: Exatamente no presente, sobre quem medito? Presentemente, você olha e fala; e quando você quer meditar, você permanece silencioso, fazendo a paz. Nestes dois casos, sobre qual você medita? Falar, não falar, olhar, não olhar, em todas essas situações, há apenas uma Verdade. 



Questão: Em outros termos, você quer dizer que em qualquer circunstância você medita sobre Deus? 

Mâ: Seja o que for que apareça, não é o SI? Neste estado, o meditador, a meditação e a coisa meditada, estes três termos fazem apenas um. Desenrolem-se para compreender sobre quem eu medito! Você pode compreender que eu medito sobre você porque estou aqui e você está na minha frente, não é? Mas a verdade é que o que eu sou você o é também! 

O que você é, é aquilo que eu sou. O SI ele mesmo é o Absoluto e o Absoluto é a Única Realidade. Então como se pode meditar e sobre o que? Quando se torna Um com o SI, se pode, pois, meditar sobre o SI? 

Swâmi Prakashânanda: (citando as Escrituras) “Um só Deus está escondido em todas as criaturas, e ele é o Testemunho de tudo, e ele reside no coração de todos.“ 

Mataji tirou toda a essência desta afirmação da Revelação (shruti). Quando há apenas uma Verdade e esta Verdade é a única Realidade, onde pode haver uma diferença entre o que medita e o meditado? 

Aquele que faz, aquele que os faz fazer, e o que é feito, tudo isso é só uma única Realidade. Mataji atingiu esta consciência da não-dualidade. Portanto, medite sobre ela e terminará por você aperceber-se que você e Mataji são Um. 

Realizando esta verdade você perceberá que toda a dualidade é sobreposta sobre o SI, portanto, que ela não é real, embora pareça tanto. Isso é chamado a aniquilação da dualidade. Revelando-nos este processo de aniquilação, Mâ dá a resposta à sua pergunta e desempenha o seu papel no mundo embora seja Um com o SI. Ela desce assim ao nosso nível e nos ensina a alcançar o seu. Aí está, a sua graça. 



Questão: Quais são os traços principais de um santo? Como podemos reconhecê-lo? 

Mâ: Por princípio, o Realizado (mahâtma) é aquele que nada mais é que o SI sem atributo. Portanto, como podemos defini-lo por certas características? 

Dito isso, lendo o Shastras (Escrituras) vocês encontrará a descrição dos traços principais dos santos e então poderá aplicá-las. 

Não tendo eu mesma estudado o Shastras, eu lhes dei a primeira resposta… Mas eu posso acrescentar que os santos (mahan) conduzem-se como modelos para os outros. 

Swâmi Prakashânanda: Mâ quer dizer que a característica essencial de um santo, é a auto evidência do seu estado. A Verdadeira santidade não necessita prova. Os traços principais de um santo são, pois dos mais naturais e espontâneos: 

- Ele é pacífico (shanta). 
- Ele tem pleno controle sobre os seus sentidos e sobre os seus atos. 
- Ele é interiorizado. 
- Ele é como a primavera, ele dá alegria a todos; 

E nestes traços, por exemplo, que o rei Parikshita reconheceu o Santo Shuka… o santo se considera ele mesmo como alguém muito comum; mas ele considera os outros como pessoas de grande valor e atribui uma importância extrema à menor qualidade que ele descobre no outro. É por isso que devemos adorar as qualidades dos santos e, em regresso, eles se esforçarão para nos fazer ganhar algo mais. 




Questão: Até hoje, eu busco um guru sem ser capaz de encontrá-lo. Finalmente, vim a esta semana de meditação e, até o presente, desenvolvi uma fé total em você. Quer, por favor, aceitar-me como discípulo? 

Mâ: O discípulo que aceita um guru, o guru que aceita um discípulo, estas duas pessoas não são nada mais que Mâ… Eu não tenho qualquer desejo de discípulos nem desejo de tornar-me o guru de ninguém. A relação guru-discípulo pode estabelecer-se apenas espontaneamente. 

Mas se você aceita Deus como guru, então tudo o que você procura, tomará lugar naturalmente. 

Um swâmi: Mâ, porque não o aceita explicitamente como discípulo? 

Mâ: Eu não tenho nenhuma idéia do que é um guru. Deixem, portanto a vontade de Deus se cumprir. Não são vocês mesmos Deus? E quem não o é? E onde Ele não está? Tudo acontece devido à Lîla (jogo cósmico). 

 


Questão: Mâ, o meu mental é muito instável, não posso concentrar-me em nada. Que devo fazer? 

Mâ: Se seu mental não se fixa a nenhum objeto, então vocês são livres de qualquer fixação, é uma bênção

(risos do auditório… *Seguidamente alguém especifica que esta pergunta foi feita por um jovem rapaz. Mâ explica, por conseguinte, de uma maneira que lhe seja acessível.) 

Mâ: Onde está este rapaz? Faça-o vir perto do microfone (*Mâ, responde-lhe face a face). 

Se o seu mental não se fixa em nada, é uma coisa muito boa. É mesmo uma benção. Porque quando o mental não está fixo a nenhum objeto, a verdade, a você mesmo, pode revelar-se. Por que, portanto tentaria unir o vosso mental a alguma coisa? 

O jovem rapaz: Mas quero controlar o meu mental para meditar e não chego lá. Que devo fazer? 

Mâ: Você deve simplesmente concentrar-se no nome de Deus. 

O jovem rapaz: Deus tem tantos nomes diferentes. Qual eu devo escolher? 

Mâ: Escolha o nome de Deus que mais o toca e repita aquele que você assim escolheu. Se você gostou, o vosso mental será satisfeito; por conseguinte tome o nome que lhe agrada mais e medite também sobre a forma divina a que ele corresponde. 

O jovem rapaz: Eu tenho fé em você. Qualquer que seja o nome que você me sugerir é o que desejo tomar. 

Mâ: De acordo! Aqui, frente a todo auditório, você está pronto para tomar um Nome? 

O jovem rapaz: Sim. 

Mâ: Bem! Então, repita todos os nomes de Deus que você conhece um após o outro. 

O público do auditório (após longas risadas): Ele não sabe quantos nomes Deus tem. Que fazer? 

Mâ: Quais nomes de Deus você conhece? 

O jovem rapaz: Conheço certo número, mas quero um que venha de você! 

Mâ: Diga-me os nomes que você conhece. 

O jovem rapaz: Até agora, repetia os nomes de Ma Bhagavan, Ram, Krishna, Shankara Bhagavan…Mas hoje repetirei um Nome apenas, depois de você. 

Mâ: Rama, Krishna, é muito bom. 


(*O jovem rapaz fica satisfeito, e Mâ conta uma história para fortificar a sua fé em Deus, bem como a do auditório) 


Mâ: "Era uma vez, um casal de camponeses muito pobres que tinha um menino pequeno. O pai trabalhava como jornaleiro e trazia cada noite o suficiente para viver. Um dia, ele morreu. E a situação da jovem viúva e de seu filho tornou-se rapidamente catastrófica. 

As magras reservas desapareceram em poucos dias, e logo não teve mais nada o que comer. A criança faminta incomodava sem cessar a sua mãe: “Mamãe, dá-me de comer, mamãe, dá-me de comer”. E esta não conseguia fazer-lhe compreender que o falecimento de seu pai os tinha privado de qualquer recurso. 

Diante desta situação que ultrapassava sua compreensão, o pequeno menino decidiu escrever uma carta de protesto para Deus, na qual ele explicava toda sua miséria e implorava a ajuda do Todo-poderoso. Isto feito, ele foi postar sua carta no vilarejo, mas uma vez diante da caixa (do correio), ele teve todos os esforços do mundo para alcançar a abertura, porque ele era muito pequeno de tamanho. 

Um transeunte viu seus esforços desesperados, e ele veio em sua ajuda, interrogando-o. E o pequeno menino contou ingenuamente que ele acabava de escrever a Deus para se queixar do seu infortúnio e do de sua mãe; e que sua única chance de sobreviver era que Deus recebesse a carta tempo. 

Tocado por tanta fé, o transeunte decidiu depois de uma curta investigação, levar socorro o mais depressa possível a esta família infortunada. 

E foi assim que no mesmo dia o pequeno rapaz teve o que comer e que a sua mãe foi assegurada de uma pensão regular para que ela pudesse criá-lo… 

Se, à maneira desta criança, vocês tomam, vocês também, totalmente refúgio em Deus, estejam seguros de que Ele não deixará jamais de socorrê-los."



SATSANG DE 11 NOVEMBRO  



Questão: Mâ, você é do Norte ou do Sul da Índia? Qual é seu estado de eleição, isto é, Bengala, Gujarat ou Uttar Pradesh ? A que culto você pertence? Em Vishnouisme ou em Shivaïsme? 

Mâ: Eu não pertenço a nenhuma região, nem nenhum estado particular. Eu não pertenço a nenhuma casta, nem nenhum culto específico. Mas, em função de sua imaginação, pareço ser o que você quer que eu seja. 

Baba Prakashânanda: Mâ diz que não tem nenhuma qualidade específica e que não é limitada por nenhum atributo como os de nacionalidade, de casta, de culto, etc.… A verdadeira natureza de Mâ é o Brahman onipresente, o Absoluto. 

Se o discípulo crê nisso com uma fé firme, só então sua prática espiritual será coroada de sucessos. Se ele considera Mâ como um indivíduo específico pertencente a uma casta e um culto particular, então suas práticas espirituais não darão fruto. 

É para isso que Mâ disse: “Eu lhe apareço em função do que você me atribui, mas, na verdade, não sou referida por qualquer destes atributos” Os discípulos devem recordar-se deste ensinamento se querem progredir. 



Questão: Qual é o significado da palavra: “samsara24” e quem é o mestre deste samsara?

Mâ: Há apenas um único Brahman, uma única Realidade Absoluta, nada mais existe, nenhum outro. Por favor, mostre-me algo diferente de Brahman e onde isso se encontra. 

Swâmi Prakashânanda: O Deus único é o mestre do samsara. E este Deus é ao mesmo tempo o mestre daquele que aceita a Sua existência e a Sua maestria sobre o universo, e daquele que professa o ateísmo. Quer tenha fé ou não na existência de Deus, Deus é. É por isso que o discípulo deve sentir que pertence completamente a Deus. É com esta fé que ele deve praticar o sadhana (ascese). Então, e então somente, ele pode ser coroado de sucessos. 

Mâ: Baba, é possível descrever a Natureza de Deus? 

Swâmi Prakashânanda: Não, não, a Natureza de Deus está além da palavra e do mental. 

Mâ: Sim, tal é a Natureza de Deus… 



Questão: É dito que uma pessoa que estudasse o Shastras (Escrituras), mesmo com uma fé muito grande, não chegaria à Liberação sem a graça de Deus. É verdadeiro? 

Mâ: Isto quer dizer apenas que aquele que estuda sem se abandonar a Deus não pode obter resultados espirituais. É somente renunciando o seu eu que o Homem pode ganhar a Liberação. Ele deve, portanto, fazer o namaskar25 a Deus. Aí está o que posso dizer do ponto de vista da prática do caminho (sadhana). No que diz respeito ao ponto de vista das Escrituras, deixo a palavra à Baba Prakashânanda.

Swâmi Prakashânanda: Mâ explicou o sentido da palavra “namaskar” de maneira perfeita mesmo do ponto de vista do Shastras, porque onde há mental, deve haver samsara e é necessário, portanto, abandonar este mental a Deus para ser liberado. 

Quando o mental é abandonado aos pés do Senhor, este mental, ele mesmo torna-se Deus. Quando se há completamente renunciado ao seu mental, não há mais mental, resta apenas Deus. É por isso que é dito que fazendo simplesmente namaskar, se é lavado de todos os pecados. E também porque o namaskar ainda é chamado pranam (abandonar o seu ego aos pés do Senhor). 

Aí está porque é dito no Ramayana26 que só o pranam a Rama permite atingir a Liberação e não o simples estudo do Shastras (Escrituras). Quando se pratica o japa de um nome de Deus com concentração, então este nome torna-se o nome do seu próprio SI. E quando o discípulo diz: “Eu me abandono a Deus”, ele perde o seu ego e estabelece-se no SI. É por isso que devemos praticar o namaskarà Deus.

Mâ: Excelente comentário, Baba! É aí que reside o verdadeiro namaskar. Quando se pratica assim o namaskar, é necessário observar quem saúda e quem é saudado. Se chega então a realizar que somente o SI é. 




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24* Samsara: ronda incessante dos nascimentos e das mortes no seio do mundo relativo. 
25* Namaskar: Palavra Sânscrito significando "saudação" ou ainda aqui "prostração." 
26* Ramayana: Nome de um dos dois grandes épicos Hindus tradicionais da Índia, consagrado a Rama, uma das encarnações de Vishnou terrestre.
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Questão: Mas dado que só um namaskar é suficiente para destruir todos os pecados, porque nós devemos fazer vezes e vezes? 

Mâ: O primeiro namaskar deve ser feito para a purificação do mental; e seguidamente os outros para tornar-se Um com Deus. 



Questão: Será que toda ação deve ser considerada como o ato da vontade de Deus ou é apenas o caso de certas ações? 

Mâ: O que quer que faça, você deve sentir: isto é a vontade de Deus e eu sirvo Deus fazendo. O mundo foi criado por Deus, portanto independente do que façamos estamos a seu serviço. É ele que faz (karta) e é ele que os leva a fazer. Se você guarda isso no espírito, a lembrança de Deus será fácil. 

Você deve dizer a Deus: “Deus, Você é Agindo, Vocês é aquele me leva a agir, e tudo o que faço, eu o faço por Você“. Você deve sempre guardar este sentimento em seu espírito. Pratique isto todo o tempo, com paciência e tudo o que deve chegar chegará. Se você tem esta atitude, não há possibilidade de fracasso para você. 

Swâmi Prakashânanda: Mâ muito bem respondeu a esta questão e cada discípulo deve levar em consideração este ensinamento. As ações, quer elas sejam políticas, sociais, familiares, etc. devem ser feitas no sentimento que tudo é serviço de Deus. Sentindo isso, guardamos um contato constante com Deus. “O que quer que eu faça, oh Senhor, faço-o para Te servir. O que se passa no interior do meu corpo como o que acontece no mundo exterior, tudo é feito da Tua vontade e és Tu quem me faz agir"; aí está o que é preciso sentir. Nas Escrituras, é dito: “Abandone todos os seus atos a Deus, com isso você obterá a sua graça e a verdadeira prosperidade.” 



Questão: Quais princípios (tattva) compõem o SI? Do que ele é feito? Ele é uma coisa criada? 

Mâ: Ele é feito dele mesmo e por ele mesmo. Ele não é feito de nada que não seja ele, e não há nada mais que ele para fazê-lo. 



Questão: O SI é imortal, mas, quando o corpo morre, por que é que o SI (a alma) vai embora e o deixa? 

Mâ: O SI não tem chegada, nem partida. 


Questão: Portanto o SI desperta e adormece27? 

Mâ: Não, não! O SI não tem nem despertar, nem sono. Ele é eterno, onipresente e imutável. 




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27* Alusão ao fato que a consciência muda ciclicamente de estado no seio da existência passando sucessivamente pelos estados de vigília, de sonho e de sono profundo. Ver sobre este assunto no Satsang dede novembro, primeira questão. 
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Questão: Então quem é que deixa o corpo na morte? 

Mâ: Ao nível da aparência, parece que o SI entra no corpo e sai novamente segundo as circunstâncias. Mas na realidade, o SI não conhece mudança. Ele é eternamente beatitude. 



Questão: Suas afirmações são muito difíceis de entender Mâ! 

Mâ: Não! Não há qualquer dificuldade. O SI é por natureza, Eterno e imutável. 

Swâmi Prakashânanda: O SI na sua verdadeira natureza é auto-evidente. Ele não entra nem sai de nenhum corpo. Mas, devido à ignorância, nos identificamos aos acondicionamentos adventícios que são o corpo e o mental, e nos aprisionamos, assim, na ilusão dos nascimentos e das mortes. 

O versículo 18 do capítulo 14 do Bhagavad Gîtâ é claro a este respeito. Mâ diz, portanto aqui, que nós devemos compreender que, embora pareça que o SI entra neste corpo ao nascimento e novamente sai à morte, ele não faz realmente nada de tudo isso, mas continua a ser sempre idêntico a ele mesmo. É difícil de compreender, mas finalmente, aí está o que é necessário compreender. 



QUESTÃO: Então o que é que pode ocorrer a nós quando uma alma deixa seu corpo ou quando uma criança nasce? Tão longo tempo que estamos na condição presente, vemos estas idas e vindas da alma e não sabemos de onde ela chega nem para onde ela vai. 

Mâ: Você me pergunta quem toma um corpo, quem o deixa e também quem, agora, constata o fenômeno do nascimento e da morte. Eu respondo que o SI, que eu já descrevi como não havendo nem ida nem vinda, este SI é ele mesmo que parece encarnar-se ou desencarnar-se; e é ele ainda que parece presentemente ver, entender… e constatar o nascimento e a morte, etc. 

Baba, esclareça o que eu disse! 

Swâmi Prakashânanda: Do ponto de vista da ignorância, o SI aparece como o assunto que come e que bebe, que entende e que vê… Mas do ponto de vista superior, o SI não tem nenhum destes atributos, nem nenhuma destas funções. Nunca não entra nem sai de um corpo. Para ele nada começa, nada termina. 

Deste ponto de vista, não há Homem aprisionado no ego, nem Homem liberado do ego; não há guru, nem discípulo, nem nascimento, nem morte… se não se é capaz de compreender esta verdade, é necessário crer que o mesmo SI é também o Senhor com forma e que, qualquer que seja o meu desejo, se o peço sinceramente, Ele me concederá. Assim, se eu a Ele peço a compreensão deste paradoxo, Ele me fará compreender… 

É somente do ponto de vista da ignorância que o SI é dito vir neste corpo e depois sair, mas isso não é verdade do ponto de vista da sua Verdadeira Natureza. Deste ponto de vista, Mâ disse ontem que ele é ao mesmo tempo, aquele que faz, aquele que leva a fazer e também aquele que parece beneficiar do que foi feito. 

Mâ: Qual é a relação entre o ego e o SI? Como o disse Hanuman28: “Quando se é identificado ao ego, parece que ele é uma parcela do SI; mas quando se abandonou o ego, então não si é nada mais além do SI”. Qual posição vocês querem assumir? A chispa não existe independentemente do fogo, a chispa é apenas fogo, e propriamente falando, só este fogo existe realmente. É o mesmo no que diz respeito às relações do ego e do SI.

É por isso que eu disse que somente o SI é real. Mas para entender isto, você pode muito bem se considerar primeiro como um devoto de Deus. Procedendo neste caminho com a ajuda de seu guru, virá um dia em que você realizará a onipresença do Senhor. 

E então você se aperceberá que aquele de quem você era devoto está também em você. Esta realização da não dualidade virá pela graça do guru e, sua primeira afirmação “eu sou devoto de tal Deus” será ultrapassada. Mas para isso, é necessário abandonar-se a seu guru e seguir seu ensinamento. 

Swâmi Prakashânanda: O que Mâ disse para benefício dos discípulos, é que é necessário considerar três pontos de vista: 

- O primeiro é o fim: Eu sou Deus, Eu sou o SI. 

- O segundo é intermédio: Eu sou uma parte de Deus ou do SI. 

- O terceiro é o ponto de partida: Eu sou um servo de Deus. 

Quando se alcança o primeiro ponto de vista, somente o SI é, todo o resto, nada permanece. 

Quando se está ainda no segundo ponto de vista, é preciso sentir: “Eu sou como uma máquina que Deus dirige segundo Sua vontade, eu sou, portanto, apenas uma parte dele”… 

Mas primeiro devemos partir do terceiro ponto de vista, e, segundo o ensinamento de seu guru, praticar a meditação, para atingir gradualmente o SI, como a lagarta que se torna gradualmente, então, crisálida e depois borboleta. 

Partindo do ponto de vista daquele que considera Deus como exterior a ele, deve-se primeiro compreender que somos uma parte de Deus, uma vez que é Ele mesmo o SI. Está aí o sentido da famosa oração de Hanuman à Rama: “Eu sou Vosso devoto, do ponto de vista do corpo. Do ponto de vista do ego, eu sou uma parte de Vós. E do ponto de vista do SI, eu sou Vós "… 

Do mesmo modo temos a impressão de que o sol entra e sai das nuvens, temos a impressão de que o SI entra e sai do corpo. Mas na realidade o sol jamais é prisioneiro das nuvens, não mais que o SI é ele do corpo. Para compreender isso é preciso meditar. 



Questão: Eu quero colocar-lhe uma questão, Mâ. 

Mâ: Não, não, eu conheço a sua pergunta, vou colocá-la eu mesma. Você quer fazer a pergunta da dualidade (dvaïta) e da não dualidade (advaïta). Esta é minha resposta: a posição dualista é aceita do ponto de vista do discípulo, mas do ponto de vista do fim é a não-dualidade que é verdadeira. 


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28* Hanuman: Sob a aparência de um macaco, é o servo fiel e companheiro de Rama (o herói da epopeia do Ramayana).
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Swami Prakashânanda: Mâ explicou o paradoxo das relações entre o ponto de vista dualista e o ponto de vista não dualista. A posição do discípulo, no início, é forçosamente dualista e é por isso que, embora sejamos não dualistas nós assumimos a posição dualista para ajudar aqueles que começam uma ascese. 

Mâ: Quando se começa o sadhana, diz-se: “este é Krishna” ou “este é Rama” ou “este é o Senhor”, etc. Mas após ter realizado a verdadeira natureza de Krishna ou de Rama ou do Senhor, diz-se: “tudo é Krishna” ou “tudo é Rama” ou “tudo é o Senhor”. No entanto, onde está então a diferença entre o ponto de vista dualista e o ponto de vista não dualista? 

O Deus que tem formas e qualidades e que, a princípio, é sentido pelo sadhaka (buscador espiritual) como outro que ele, este mesmo Deus é então percebido como sendo a totalidade da existência, o Brahman onipresente. Quando o sadhaka realiza isso, ele se funde em Brahman. Então esta devoção ou amor de Deus é transcendido. Não há mais nem devoção nem ausência de devoção, porque não tem mais diferença entre Deus e o seu adorador. 






SATSANG DE 12 NOVEMBRO



Questão: Mataji, você presidiu esta semana de meditação em Nadiad, perto do samadhi29 de Santaram30, que é um lugar santo. Como esta idéia veio a vocês e o que é que a impulsionou a abençoar-nos a esta maravilhosa ocasião? Queremos todos ouvi-la neste assunto. Por favor, explique motivo.

Mâ: (*que é dificilmente audível sobre a gravação...) (*dito em resumo:) 

- Foi meu khelaya31 que decidiu assim.

- Era muito o desejo de mahâtmas que estão presentes aqui hoje. 

- É o resultado da soma dos desejos de cada um dentre vocês. 

- Este retiro devia realizar-se aqui para o benefício de vocês todos. Aproveitem para reconhecer por vocês mesmos sua Verdadeira Natureza. 



Questão: Santaram deixou seu corpo cerca de 150 anos atrás e nós ouvimos dizer que, quando você chegou aqui em 4 de novembro, você teve à noite uma visão de Maharaj e que você falou com ele. Mas trata-se de um rumor e nós amaríamos que você nos dissesse diretamente o que aconteceu. O que viu nessa visão? O que lhe disse Maharaj? Nós estamos muito desejosos para ter detalhes de tudo isso. 

Mâ: Eu estava sozinha, eu mantinha-me na quietude perto do túmulo de Santaram. E, de repente, a luz veio de todas as partes e vi nesta luz a forma do Mestre Santaram. Tive um face a face com ele e também uma entrevista… 



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29* Samadhi: no contexto, a palavra significa “tumba”, ou seja, lugar onde um grande santo entrou em êxtase definitivo através da sua morte. 
30* Santaram: mestre espiritual célebre que viveu no século XIX e cuja cidade de Nadiad conserva a memória. 
31* Kheyala: palavra dificilmente traduzível que utilizava Mâ para designar a Força interior espontânea que comandava seus atos e decisões importantes. 
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swâmi Prakashânanda: Mataji disse que, no seu espírito, a determinação brotou espontaneamente que tinha que fazer esta semana de meditação perto do túmulo de Santaram. Ela teve o desejo de dar assim seguimento à inspiração de Santaram, ela mesma, o que confirma o aparecimento de Santaram à Mataji. 

A santa assembléia que nós vemos aqui é a prova da validade da visão de Mataji. Assim Shantaram teve o darshan32 de Mataji e Mataji teve o darshan de Santaram, e estas duas grandes almas se encontraram. Em conseqüência, eles se propuseram esta semana de meditação que vemos como resultado do seu encontro mútuo. Durante esta semana de meditação, a benção de Santaram lhes é, por conseguinte, também adquirida.

Durante esta visão, Santaram contou à Mataji toda a história da sua vida. Isto é normal porque, quando dois grandes santos encontram-se, apresentam-se mutuamente… Nós obteremos necessariamente os benefícios deste encontro. Nós devemos, portanto, desenvolver nossa devoção por Mâ, e por este meio, completar o último objetivo da vida. 

Um homem: Em nome de todos, Mâ, eu me permito fazer-lhe as quatro perguntas seguintes: Onde Deus reside? O que ele come? Quando ele ri? O que ele faz? 


(*Compreendendo que o homem desejava que ela contasse ao auditório o conto tradicional que ele já tinha ouvido da sua boca em outra ocasião. Mâ dá seguimento33)


Mâ: “Era uma vez um grande rei que atravessava um período de crise espiritual aguda: apesar de todos os seus esforços, a sua busca interior tinha conduzido apenas a uma série de dúvidas que se cristalizaram em torno de quatro questões. 

Não tendo êxito em encontrar Deus nem nos templos, nem nos lugares de peregrinação, nem mesmo junto aos sábios, os que ele havia podido aproximar-se, o rei interrogava-se: “Deus existe verdadeiramente? E, se sim, onde diabo podemos encontrá-lo? “Vendo que as oferendas de alimento que fazia regularmente ao templo nunca eram consumidas pelas estátuas das Divindades, mas terminado sempre no estômago humano sob a forma de prasad, ele se perguntava: “Deus alimenta-se realmente? E se sim, o que come? 

Os livros que tinha lido para tentar compreender de onde vinha o mundo falavam do lîla (jogo cósmico) de Deus. Mas se o mundo era o produto de um jogo divino, o que é que poderia fazer rir Deus neste jogo? 

Enfim, diante da inevitabilidade da lei de causa e efeito que via por toda a parte, o rei duvidava cada vez mais da onipotência divina: “Em face do karma, Deus é verdadeiramente todo poderoso?” 

Cada vez mais atormentado por estas perguntas que permaneciam sem respostas, o rei teve um dia uma idéia... Ele fez anunciar em todo seu reino que recompensaria por uma forte soma em dinheiro, aquele que poderia fornecer uma resposta satisfatória às suas quatro perguntas. A esta notícia, todos os estudiosos e os letrados da região puseram-se a refletir ativamente na esperança de ganhar a recompensa. Mas nenhum das respostas que propuseram pôde satisfazer o rei. 



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32* Darshan: visão que se tem de um santo, um sábio, ou de uma divindade, quer fisicamente quer interiormente.
33* Não dispondo de uma tradução fiável de “palavra por palavra” de Mâ, o que segue é uma transcrição literária de sua narrativa, mais fiel ao espírito do que ao “pé da letra” de suas palavras. 
 
*****

O tempo passou. Enquanto que se desenvolviam por todo o país intermináveis discussões em redor destas quatro perguntas, o rei ficava cada vez mais perplexo sobre a possibilidade que tinha de encontrar um dia alguém capaz de pôr um fim à sua crise espiritual. 

Um dia, no entanto, algumas palavras de uma destas conversações entre eruditos, vieram aos ouvidos de um camponês analfabeto. Ele perguntou aos interlocutores a razão do seu ardor oratório. Mas estes se puseram a rir, e responderam-lhe que não seria de nenhuma utilidade para ele sabê-lo. 

Contudo, sobre a sua insistência, acabaram por lhe comunicar as quatro perguntas do rei. 

Para sua grande surpresa, o camponês pôs-se a sorrir dizendo: “Não se trata aí de algo tão difícil. Conduza-me ao rei, e eu lhe fornecerei as respostas que deseja ". 

Os seus interlocutores tentaram primeiro dissuadi-lo, supondo-o ligeiramente simplório: 

- Vamos, como poderia você satisfazer o rei sobre estes assuntos enquanto que grande letrados do reino todo fracassaram! 

Mas finalmente, a insistência do camponês em querer ser conduzido ao palácio venceu-os; e a coisa tendo-se espalhado, uma multidão cada vez maior que seguiam caminho, partiu acompanhando o nosso homem até ao lugar de audiência… 

Era muito cômico de se ver, este simples camponês, vestido de trapos, na presença do rei e de toda sua corte. O rei sorriu ao que lhe pareceu à priori não ser mais que uma brincadeira. Mas ele era justo e inteligente e deu essa oportunidade ao camponês. Na frente de uma platéia lotada de eruditos e letrados desconfiados, ele colocou sua primeira pergunta: 

- Se Deus existe, onde se encontra então? 

O camponês, malicioso, respondeu simplesmente: 

- Oh, rei, dê-me primeiro a conhecer onde você tem certeza de que Deus não se encontra! 

Ouvindo aquilo, o rei mergulhou alguns instantes em intensa reflexão, e, de repente, a onipresença de Deus tornou-se evidente para ele. 

Surpreendido mas satisfeito de uma resposta tão iluminadora, ele colocou sua segunda pergunta: 

- Dado que Deus não toca as oferendas de alimento que fazemos nos templos, será que se alimenta? E se sim, que come ele? 

Ao que o camponês respondeu que não eram as oferendas materiais, mas o ego do doador que servia de alimento à Deus: 

- Oh rei, se Ele não come a totalidade de seu ego, esteja certo que você não poderá realizá-lo! 

Novamente, ouvindo estas palavras, a inteligência do rei despertou e ficou plenamente satisfeito. 

Em resposta à terceira pergunta: O que é que pode fazer rir Deus? O camponês explicou: 

- Quando, antes de nascer, nós estamos confinados no ventre materno, sofremos deste aprisionamento e nos recordamos então de todas as más ações cometidas nas nossas vidas anteriores. Também começamos a rogar a Deus com um arrependimento sincero e profundo para que Ele nos liberte desta horrível prisão que é a matriz, e em troca prometemos-lhe que nós seremos doravante adoradores cheios de fervor e empenhados. 

Mas, logo que vimos nesse mundo, nós nos deixamos retomar a armadilha de Maya34, e, esquecendo todas as nossas promessas, recaímos nos nossos velhos erros. É por isso que, cada vez que uma criança vem ao mundo, Deus ri, porque Ele sabe quanto este ser humano vai sofrer para manter a promessa generosa que ele Lhe fez antes de nascer…

Após esta terceira resposta, o rei ficou completamente benevolente em relação ao camponês, e colocou com respeito a sua quarta pergunta: 

- Deus tem um poder limitado para as leis do karma ou bem pode Ele fazer tudo? 

Mas em vez de responder imediatamente, o camponês anunciou: 

- Oh, rei, se trata aí de uma pergunta extremamente delicada e não posso tratá-la enquanto algo de muito específico não for realizado. 

O rei, que era doravante melhor disposto em relação ao camponês, concordou dizendo: 

Eu estou pronto para satisfazer o seu pedido qualquer que seja. 

O camponês lhe diz então: 

- Bem! Neste caso, então, tenha a gentileza de deixar o seu lugar e de tomar o meu, porque para poder responder à sua última pergunta, é necessário que eu esteja sentado em seu trono! 

Encurralado por sua própria palavra, o rei cumpri e vai sentar-se no lugar do camponês, enquanto que este último subia os degraus do trono, aí se instalava e, logo entrou no que parecia ser uma profunda meditação. Aquilo aparecia para todos como o espetáculo mais incongruente que existia. 

Também o rei recordou bem rapidamente ao camponês o seu dever: 

- Ei! Você deve dar a sua quarta resposta agora! 

- Mas eu já a dei! - retorquiu então o camponês do alto do trono real. 

- Como isto? 

- Vê o que Deus fez! Se for a Sua vontade, em um instante, um rei torna-se um homem comum, e um homem comum torna-se rei. Dado que Deus pôde assim facilmente inverter as nossas condições respectivas, é certo que não há nenhum limite ao Seu poder… 

O rei foi preenchido em sua expectativa e a recompensa foi adquirida ao camponês… 




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34* Maia: o poder cósmico da ilusão. 
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Questões: Sim, como este rei, se queremos alcançar Deus, devemos tomar refúgio aos pés do guru. Eu tomo, portanto, refúgio em você! 

Mâ: Mas eu, eu tomo refúgio aos pés de Baba Prakashânanda (de modo que conclui este satsang)… 





Questões e Respostas - Ma Ananda Moyi 
Na Cidade de Nadiad - 1978 (Parte 2)




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SATSANG Ma Ananda Moyi Ano de 1978

Questões / Respostas - Parte  (LINK)

 

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GLOSSÁRIO 



Ashram 

Comunidade religiosa. 


Ashrama 

As quatro etapas tradicionais Do caminho segundo o Hinduismo - estudante, chefe de família, aposentado, renunciante. 


Brahma-Sutras 

Texto clássico do Vedanta. 


Darshan 

Visão que se tem de um santo ou divindade quer fisicamente quer interiormente. 


Guru 

Mestre espiritual. 


Guru Gîtâ 

Literalmente “o canto ao Guru”; texto clássico à glória do mestre espiritual. 


Hanuman 

Fiel servidor e companheiro de Rama (o herói da epopeia do Ramayana). 


Japa 

Oração jaculatória baseado na repetição interior de uma curta fórmula sânscrita ou mantra. 


Karma 

O ato e as suas consequências


Karma-Yoga 

Yoga da ação justa e desinteressada. 


Khelaya 

Palavra praticamente intraduzível que utiliza Mâ para designar a Força espontânea que comanda seus atos e decisões importantes (cf. o demônio de Sócrates). 


Mahâtma 

Significa literalmente “grande alma”; na prática, é aplicável aos instrutores espirituais ou aos chefes religiosos de grande envergadura. 


Mahâvakya 

Literalmente, “grande palavra”; afirmações chave da metafísica hindu que se encontra exposta no Upanishads. 


Mantra 

Fórmula Sânscrita curta que serve entre outras coisas para a oração jaculatória ou japa. 


Maya 

A poder cósmico da ilusão. 


Namaskar 

Saudação. 


Ramayana 

Epopeia hindu tradicional, consagrada a Rama, uma das encarnações de Vishnou. 


Sadhaka 

Buscador espiritual; aquele que é comprometido numa ascese ou sadhana. 


Sadhana 

Prática espiritual ou ascese. 


Samadhi 

No sentido literal, a palavra designa os estados superiores de consciência, e no singular, o Despertar ou a Iluminação. No sentido derivado, o termo serve também para designar o lugar onde é conservado o corpo de um santo, entrado em estase definitivo por sua morte. 


Samsara 

Ronda incessante dos nascimentos e das mortes no seio do mundo relativo. 


Santaram 

Mestre espiritual célebre que viveu ao século XIX e cuja cidade de Nadiad conserva particularmente a memória. 


Sanyasa 

O quarto estágio da vida, o renunciante; cf. Ashramas. 


Upanishads 

Curtos tratados metafísicos contidos na última parte do Védas. 


Védas 

Todos os textos revelados pelo Hinduísmo. 



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Traduzido do Hindu e Bengali : D. Kulkarani e Sri Sri Gangoli .

Recolhidas, traduzidas para o francês e apresentadas por Yann e Anne -Marie Le Boucher

Contato: y.leboucher@netcourrier.com


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Tradução e Edição Célia M.

Colaboração Patricia Santos



Fotos Ma Ananda Moyi:

 





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