Borboleta

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sábado, 11 de junho de 2016


O IMPESSOAL «UM-Pessoal»

Questões-Respostas

Sexta parte

Junho de 2016




Em seu coração eu estou colocado, e eu o escuto falar.


Questão:eu estou muito desanimado, porque sinto, em suas palavras, uma exigência à qual eu não posso responder, ou seja, tornar-se Cristo.
Houve ao menos um, até agora, como tornar-se Ele, nós mesmos?

Meu irmão, nada falta, tudo já está aí.


Mesmo sem vê-lo, mesmo sem aceitá-lo, você deve despojar-se.


Isso não é um esforço, e isso não será, jamais, um esforço.


Agora, ao falar de Cristo, você fala do Cristo histórico.


Ele havia dito: «O que eu faço, vocês o farão, e bem maior ainda.».


Isso não é um esforço.


Isso será impossível para a pessoa, porque apenas no desaparecimento ou no sacrifício da pessoa é que Cristo é revelado.


A Vida é Amor, tanto a sua como toda vida, tanto aqui embaixo como no mais alto dos céus.


O Amor, não se esqueça, não é uma busca, é uma rendição sem condição ao que você é.


Você deve mudar, não de ponto de vista, uma vez que isso lhe parece árduo, mas, bem mais, mudar de perspectiva, em um primeiro tempo, ou seja, sugerir-se, a si mesmo, que isso é evidente.


O que quer que você diga disso, o que quer que você reclame disso, não é importante.



Não se esqueça, tampouco, de que, no final da história, de toda história, cada um de você é liberado.


Há apenas uma forma de ajuste a realizar.


Esse ajuste não se realiza pela vontade nem por uma decisão pessoal.


Eu diria, mesmo, que, quanto mais isso lhe pareça difícil, mais você toca o objetivo.


Quando nada há a perceber, quando há a impressão de que há uma distância incomensurável, então, sua desesperança, seu desencorajamento conduzirá você a soltar, no momento vindo, ao Apelo de Maria.



Não procure, não faça esforço.


Nada há a escalar, nada a conquistar, há apenas, como eu o disse e como foi repetido em inumeráveis reprises, a abandonar-se.


A Graça é onipresente.


A Luz adamantina, quer você a perceba em suas vibrações, em suas Portas, em suas Coroas ou que você nada sinta disso, nada muda na realidade do Amor.



Então, em seu caso pessoal, não procure mais, ame, e o que dá no mesmo, viva.


Mudança de perspectiva não quer dizer mudar de ponto de vista, se você se sente incapaz disso, mas aceite, já, essa verdade, não como uma crença, mas, como eu disse, mais, sim, como um possível, que demanda apenas aparecer no limiar de sua consciência.


Jamais a consciência faz saltar mais alto do que no ponto o mais baixo que ela tocou.


É na desesperança e não, unicamente, no desencorajamento, que a Graça oficia.



Até agora – e isso foi dito – o que quer que vocês tenham vivido, vocês foram ancoradores e semeadores de Luz.


Qualquer que tenha sido sua pessoa, quaisquer que tenham sido as zonas de sombra, isso não impediu a Luz de penetrá-lo, de atravessá-lo, e de oficiar para a Liberação da Terra.


Felizes os simples de espírito, de novo, porque o Reino dos Céus a eles pertence.


Então, muito simples, é, justamente, não mais ocupar-se do que duvida.


Abandonar a busca, abandonar a procura é, certamente, o elemento o mais difícil, efetivamente, a realizar, porque a pessoa não pode apreender, nem apreender-se do que é o Abandono à Luz.


É preciso aceitar, ainda uma vez, tudo perder:«Pai, eu entrego a minha vontade em suas mãos.».


Tornar-se o menor não quer dizer apagar-se da vida nem, mesmo, apagar-se diante do que você considera como o outro, mas esquecer-se de si mesmo.


O Amor já está aí, ele sempre esteve aí, e eu diria que as circunstâncias da Terra, hoje, são aquelas que são as mais adequadas para realizar isso.



Não nutra o que não tem mais que ser nutrido: as dúvidas, a incerteza, a procura e a busca.


Coloque-se, tanto quanto possível, na atividade presente, qualquer que seja ela.


Quer seja seu jardim, quer sejam as pinturas, quer seja, mesmo, ficar absorvido em algo que nada tenha a ver com a Luz permite, à Luz, trabalhar em você, independentemente de você.


E, aí, você reencontrará o que você é, no instante presente.



A Liberação coletiva é um fato adquirido, que está em curso de atualização e de terminação, mesmo, de conclusão, se você prefere.



Se isso lhe parece difícil, então, há, ainda, mais simples.


Exerça, para consigo mesmo, uma tensão extrema para a Luz.


Não procure defini-la, não procure vê-la, não procure interpretá-la nem, mesmo, senti-la, mas que seu efêmero incline-se, sem limite, para a Luz que você não conhece.


Torne-se, naquele momento, obcecado pela Luz.


Não no sentido de procurá-la, não no sentido de um movimento, mas como uma intenção que permaneceria secreta na intimidade de sua pessoa;e a intimidade de seu coração revelar-se-á.


Porque, aí, você se provará, a si mesmo, assim como à Luz – que não tem necessidade provas – que você nada procura apreender, nada apropriar-se nem a demonstrar, mas apenas que você se inclina para o que você é, mesmo se você nada perceba disso.



Se a palavra «Amor» incomoda-o, por falta de amor a si mesmo, então, pense «Luz» – nada mais –, e que esse pensamento expulse todos os outros pensamentos.


Em cada circunstância de sua vida, em cada interrogação sobre o quer que seja, mesmo concernente a esse mundo, incline-se para a Luz.


Porque o Amor, quando você emprega essa palavra estando condicionado, estando no medo e no déficit de amor de si mesmo, obviamente, a única referência é esse amor condicionado e essa falta de amor que vai impedi-lo de encontrar o Amor verdadeiro.


Então, empregue esse gênero de estratégia que compensará.



Ou, então, repouse e espere com fé, a fé a mais pura, o Apelo de Maria.


Não faça disso uma crença, não faça disso uma data a procurar, aí tampouco, mas faça disso uma evidência que já está inscrita em você.


Porque essa evidência do Apelo de Maria corresponde à revelação do Apelo de Maria, à revelação da própria Maria que, como foi dito, já está em você, é claro, e no mais íntimo de cada carne, de cada um de você, no que é nomeado o DNA.


Isso basta, não há que se torturar, há apenas que se inclinar.


Essa tensão extrema, que pode acompanhar, efetivamente, a desesperança e o desencorajamento, implica, necessária e automaticamente, devido à estrutura efêmera, a resiliência e a capacidade para viver isso.



Então, eu não posso propor-lhe, é claro, descer, cada vez mais, no desencorajamento ou na desesperança, mas apoiá-lo, justamente, nesse desencorajamento, nessa desesperança, que faz apenas traduzir o que eu lhe disse: a falta de amor de si mesmo.


Então, naquele momento, incline-se para a Luz, você constatará, muito rapidamente, que essa própria desesperança é uma força na qual pode apoiar-se o Amor, mas não você.




… Silêncio…




O Amor sem condição não põe qualquer condição ao aparecimento dele.


É você que põe as condições, no sentido de que você quereria ter a prova dele e apreender-se disso; ora, o Amor não pode ser uma prova, você não pode apreender-se dele.


Só a pessoa pode apreender-se ela mesma, no terror, na desesperança e no desencorajamento ou na doença, mas o Amor não pode ser refreado, de modo algum.



O Amor, incondicionado, será, sempre, desconhecido para a pessoa.


É bem por isso que houve tantas confusões e tantas apropriações da noção de Amor.


O Amor não pode fazer parte de sua pessoa, ele está inscrito nessa carne, em seu Templo.


Então, simplesmente, substitua «Amor» por «Luz».


Não a luz que você vê, tanto de olhos abertos como fechados, mas a Luz que você não conhece.


Aceite que você não a conhece, e incline-se para o que você não conhece.


Não há direção a tomar ou caminho a tomar, é uma atitude interior, na qual a Luz deve estar por toda a parte em seu mental, em cada pensamento, em cada emoção, em cada sofrimento do corpo, em cada desesperança também.



Ouse.


Ouse ser isso.


Não se preocupe com nada mais.


Viva sua vida em suas provas e em suas alegrias, aceite tudo o que a Vida propõe a você, mesmo se isso lhe pareça injusto, mesmo se isso lhe pareça muito difícil.


Responda ao que a Vida pede a você, mas, ao mesmo tempo e, sobretudo, antes, incline-se para a Luz, em toda consciência, com todo seu corpo, com todos os seus pensamentos e emoções.



Mas lembre-se de que é, sempre, o medo ou o Amor.


E a insuficiência de amor de si, quaisquer que sejam as razões, as causas, as circunstâncias, impede-o, por si mesmo, de encontrar o incondicionado.


Devido à experiência de suas vidas, ao posicionamento de sua consciência, isso, de momento, não lhe é acessível, mas é apenas um instante.


A promessa da Ressurreição, como da Liberação, é adquirida.


Olhe ao seu redor, olhe o que acontece na Terra.


Olhe tudo o que você pode olhar.


Mesmo se, efetivamente, isso não lhe concirna como pessoa, mas tudo o que você observa no exterior está, também, em você, eu o lembro.


As guerras, a falta, elas correspondem a todas as pessoas da Terra, porque não há saída na pessoa.



Então, se quiser que sua alma retorne, por si mesma, para o Espírito, faça o que você tem a fazer.


Nada segure, nada procure, obedeça ao que a Luz pede-lhe para fazer, abandone-se a ela, mesmo se você não saiba o que é.


Além da fé, há a confiança que você não pode exprimir para consigo mesmo, devido às feridas, nem para com o outro, devido às suas dúvidas, e isso basta para congelá-lo no amor condicionado e seus limites de expressão.


Então, mude de registro, toque outra partitura.


Não considere, mesmo, a Liberdade ou a Liberação, unicamente a Luz, não aquela que você vê, não aquela que você vê aí, quando você medita, mas a Luz que você não conhece.


Não procure conhecê-la, não procure saber onde ela está, mas incline-se para ela, para esse conceito, unicamente, em cada circunstância e em cada ocasião de sua vida.



… Silêncio…




Como você mesmo disse em seu questionamento, você sabia, pertinentemente, o que eu ia responder-lhe.


Mas é preciso que você se ouça, também, você mesmo, nessa resposta, então, deixe-me colocar-me em seu coração e ouça, por sua própria resposta, que é a mesma que a minha, porque você não pode ter outra.


Não há escolha, se não é na pessoa.



A verdadeira Liberdade não dependerá, jamais, de qualquer conhecimento porque, ainda que você falasse a língua dos anjos e a língua dos homens, se lhe falta o Amor, você nada ganha.


Porque, ainda que você tivesse o conhecimento de todos os Mistérios, ainda que sua fé movesse as montanhas, se você não tem o Amor, você nada ganha.


Cabe a você ver.


O que você persegue?


O que você quer reparar na pessoa?



Você quer ser um címbalo retumbante que se agita por nada?


Ou você quer ser outra coisa que você não conhece, e cujo efeito será o de preenchê-lo de Graça, preenchê-lo de perdão, vis-à-vis de si mesmo e de todos aqueles que o ofenderam, e de todos aqueles que você ofendeu?


Isso é um jogo, nada há de sério aí.


O Amor não é sério.


Como ele poderia ser?


A seriedade é própria do homem, em sua lógica, em sua razão, em sua vida na superfície desse mundo.


Mas o Amor nada tem a ver com tudo isso.



Não coloque mais distância, não coloque mais dúvidas.


Então, pôr fim às dúvidas é, sobretudo, não rememorar o que, justamente, fez você duvidar, então, fale de Luz porque, aí, você não pode duvidar.


Como você pode duvidar do que você não conhece?


Como você pode duvidar do que você não experimentou ou viveu?


Você mesmo fecha as portas ao novo, ao desconhecido, à alegria e ao que você é.




… Silêncio…




Fale.



Questão:você acaba de dizer que, antes que esse mundo desapareça, nós poderemos fazer como Cristo, e melhor ainda?

Meu irmão, cada um de você pôde ver o efeito da Luz que você semeou e ancorou, mesmo se não fosse, ainda, Cristo.


Isso é, já, bem maior do que o que fez Cristo.


A Liberação é adquirida.


Não se preocupe em saber quais serão seus dons, porque você já se afasta do Amor.


Não se preocupe com o que não é o Amor.


Isso corresponde ao Juramento e à Promessa, o que o restitui ao que você é, isso foi anunciado.


Alguns de vocês viveram a liberação da Onda de Vida pelo sacrifício, outros, instalaram-se no Si e, outros, nada disso vivem ainda.


E todo esse sentimento de expectativa, de esperança, de projeção em um evento coletivo permitiu fazer crescer, para você e em si, a evidência do que se produz agora.


O objetivo não era colocá-lo na esperança ou na expectativa, mas incliná-los para isso, quaisquer que fossem os medos, quaisquer que fossem os inimigos, quaisquer que fossem as raivas.



O Impessoal sabe para onde você vai, desde o início, bem antes que você colocasse os pés sobre essa Terra, mas nós respeitamos a liberdade de cada um de você.


Não pode ser de outro modo para a Luz.


É como a criança que se repreende e que se diz para não fazer isso; enquanto ela não o faz, ela não ficará satisfeita.


Assim eu respondo à sua questão.


A Luz apenas pode deixá-lo livre, quaisquer que sejam suas escolhas.


O que quer que você tenha destruído, em si ou ao seu redor, nesta vida ou em vidas bem mais distantes, qual importância, para o Amor, para a Liberdade?


Nenhuma.


Cabe a você ver.


Cabe a você lançar-se.


De qualquer modo, você não tem mais a escolha, mesmo se você acredite nisso.


Você não tem outra escolha que não a de sua eternidade, em qualquer forma que seja, na manutenção dessa forma ou na mudança de forma; em qualquer dimensão que seja, você apenas pode ser livre.




… Silêncio…




Mas, sobretudo, não escute o que eu digo.


Coloque-o em si, deixe-o expandir-se no Coração do Coração.


Mesmo se você não saiba onde está, deixe.


Deixe ser, nada retenha.


Aqui e agora.


Aí está o que você se dá a si mesmo.


Não há mais bela doação da Graça do que essa doação.


Não há outro inefável do que isso, todo o resto representa apenas sucedâneos, paliativos, soluções de substituição que lhe permitiram atuar em qualquer consciência que fosse.




… Silêncio…




Ame, todo o resto decorre daí, mesmo suas vidas passadas.


E isso lhe aparecerá na clareza, na precisão, na evidência de que não há, mesmo, cena de teatro, de que não há, mesmo, teatro, absolutamente, de que não há, mesmo, observador nem testemunha.




… Silêncio…



Fale.


Pergunte.


Ouse mostrar-se, mesmo na pessoa, o Amor aceita tudo.




… Silêncio…




Questão: Bidi disse aproximadamente isso: «Se eu nada sou, é a sabedoria, se eu sou tudo, é o Amor, e entre os dois, minha vida flui.».
É assim tão simples?

É ainda mais simples, muito mais simples.


No Absoluto, na Infinita Presença, no Coração do Coração, as palavras saem, exprimem a exatidão e a verdade.


Não veja nisso, unicamente, o sentido, mas, bem mais, o que virá abalar as certezas de sua pessoa.


A vida flui, livremente.


Ela terminará quando terminar, jamais é você que o decide – nesse mundo.


Você apareceu nesse mundo, obrigado a reaprender a andar, a deslocar-se, a forçar-se na densidade.


Está inscrita, em cada um de você, a perda de sua essência, que é buscada, permanentemente, através do amor do outro, através das relações, através das ocupações, através das posses.


São, simplesmente, erros de posicionamento, hábitos que são tomados pela educação, pelas circunstâncias desse mundo às quais cada um se conforma o melhor que pode, esperando ter sucesso no jogo.


Eu o lembro de que não há outro jogo que não aquele que você joga, e que tudo está em você.




… Silêncio…




Entre o nada e o tudo há apenas a vida, efetivamente, e, como você sabe, efetivamente, essa vida flui e seca, um dia, o saco de carne retorna à terra.


E você, você tem a lembrança, naquele momento?


Não de suas vidas passadas, mas do que você é, entre duas vidas?


Não, isso lhe é escondido, porque se você soubesse a verdade, nunca mais você aceitaria encarnar-se – porque ninguém ali o obriga.


É nesse sentido que viver, estando encarnado, o Apelo de Maria, a abertura do Si, a Liberação, permite não mais ser enganado com o que quer que seja.



Se aqueles que viveram essas experiências que os fizeram tocar a morte aparente soubessem que teria bastado, naquele momento, não ser parado por seus próprios membros falecidos da família, pelos pseudo seres de Luz que os acolhem, e se tivessem se interessado – para aqueles que viveram isso – pela Luz que está atrás e que os impede de tocar, se não houvesse esse estupor e essa excitação ligados ao que é visto e percebido naquele momento, vocês seriam, instantaneamente, liberados.


Assim como disseram as grandes tradições, o modo pelo qual você morria, até agora, condicionava seu retorno.


O simples fato do Juramento e da Promessa, do Apelo de Maria evita toda possibilidade de retorno, não para privá-lo disso, mas porque você verá a inutilidade disso, a futilidade, em relação à grandeza do que você é.


Não há maior do que você, e não há menor do que você.


Aí está o maior dos mistérios para a pessoa.



Essa morte, o fim desse tempo e desse mundo, não é seu fim.


É sua ressurreição e seu renascimento em sua liberdade.


O julgamento, nomeado o Julgamento final, não é um julgamento, é, antes de tudo, a expressão de sua liberdade.


É livre a você, mas eu duvido muito que aquele que vive o Apelo de Maria, que vive o Si, que vive o Absoluto, eu duvido muito que ele tenha vontade de reencontrar-se nessa prisão, nesse corpo de carne, porque o que quer que você diga, mesmo se a Vida seja onipresente e, mesmo, nesse corpo de carne, para aquele que saiu dele e que volta ao interior desse corpo, de onde quer que ele tenha saído, aliás, quer seja no que vocês nomeiam o astral ou na eternidade, nada muda, ao voltar, você vive, pertinentemente, a compreensão e o fato de entrar em um cadáver.


Portanto, o que vê a Vida não é esse saco de carne, mas sua consciência, mesmo se a Vida esteja presente em cada átomo desse corpo.


Você compreendeu a diferença?




… Silêncio…




Cada um de você reencontra-se, porque eu faço apenas falar de você, não em sua pessoa, mas em sua intimidade.


Quaisquer que sejam as palavras, quaisquer que sejam os sinônimos, isso não tem qualquer importância, isso vai bem além do sentido.


Eu sou, de algum modo, seu coração, que o reconforta, a si mesmo.


Eu sou a resposta audível de seu coração, que não é obstruído pelo que quer que seja.


Eu sou a Liberdade que fala em você.




… Silêncio…




E, aliás, você sabe bem disso.


Quem fala?


É aquele que os escuta ou ouve-os?


No entanto, essas palavras estão bem aqui, uma vez que, aliás, não há necessidade de palavras.


Tudo está na instantaneidade, tudo está na intenção da própria consciência.


As palavras são apenas disfarces.


Então, é claro, há Verbo, mas esse Verbo não é audível através das palavras; ele se apoia nessas palavras, quaisquer que sejam as palavras...




… Silêncio…




…que ressoam em seu íntimo.



O que quer que você viva ou o que quer que você possa dizer ou julgar disso, você pode apenas aceitar a evidência, porque o que se exprime não tem início nem fim, nem lenda pessoal, nem vida, nem encarnação, nem dimensão, nem Fonte, nem Absoluto.


Nada de tudo isso.


O que faz disso certa forma de eficácia, porque não depende de qualquer história, de qualquer conceito, de qualquer forma, de qualquer busca e de qualquer tempo e, no entanto, tudo ali está.


E, como você não pode personalizar-me, isso o despersonaliza também, não para levá-lo alhures que não a você.



Quer isso não lhe apareça ou quer isso lhe apareça, isso nada muda na realidade do que se produz.


Porque nenhuma consciência em uma forma pode opor-se ou contradizer.


É claro, você pode reclamar, você pode não estar de acordo, mas isso nada muda.


O que é dito é dito, e o importante não é o que é dito, mas os resultados disso.


E, mesmo se você diga que não há resultado, mesmo se você diga que há mais confusão, isso não tem qualquer importância.


Porque, quando o Amor flui, livremente, ele não pode, jamais, apagar-se, e deixa uma marca que é indelével, assim como o Juramento e a Promessa, assim como o reconhecimento de Maria como Mãe de cada carne e de cada consciência, em todo caso, em manifestação na superfície de seu mundo.



… Silêncio…




Fale.


Fale enquanto você pode.




… Silêncio…




Questão: você diz que o que acontece no exterior acontece, também, no interior, ora, eu não sinto a agitação atual do mundo, catástrofes naturais etc. no interior.
Há algum problema?

Bem ao contrário, a catástrofe é aceita.

Qual é a catástrofe?

O desaparecimento da matéria, tal como vocês a entendem, cada um de você.

Não há, portanto, problema, bem ao contrário.

A dissolução acontece sem obstrução para aquele que aquiesce, ela é mais difícil para aquele que não aquiesce.

Se você não a experimenta, se você tem a impressão de não senti-la, ela se desenrola do mesmo modo.


Por que você quer viver as dores disso, se você mesmo aquiesceu ao seu próprio parto?


Mas tudo o que você vê desenrola-se em seu interior.


Todas as barreiras caem.


A própria organização do efêmero, ao nível da sociedade, ao nível coletivo não tem mais razão de ser, porque todo mundo sabe – e quando eu digo todo mundo, eu falo da consciência coletiva – que tudo é manipulado, mesmo no aspecto da sociedade, que tudo é distorcido.


Isso se vê sob os seus olhos, assim como esse corpo não é verdadeiro.


Então, por que você quer que isso dê errado?


O que é visto no exterior produz-se no interior, mas, como você o diz tão bem, em você, isso não faz ruído.


O que não quer dizer que isso não se produza.


Isso quer dizer, simplesmente, que ou isso já se produziu, ou isso se produz, nesse momento mesmo, no Amor, e o Amor apaga todo o resto, como eu o disse – assim como o Amor apagará, também, todo o resto na superfície desse mundo.


A vida na ilusão, no que é nomeado mundo confinado ou falsificado, tornou-se possível apenas porque vocês deram seu pleno acordo e seus próprios poderes, ainda que apenas à sociedade, ainda que apenas àquele que os ensina, ainda que apenas aos seus pais, ainda que apenas aos seus impostos.


É um acordo tácito.


Nesse mundo, nem seu sobrenome, nem seu nome pertence a você, eles pertencem ao coletivo da humanidade em sua falsificação.


Vocês fazem apenas passar e são presos na armadilha ao passar.


Portanto, não se surpreenda se o caos do mundo não se viva em você.


Ele já foi vivido ou, então, ele não tem necessidade de ali estar, porque o coração tomou todo o lugar.


Não se trata de egoísmo, não se trata de egocentrismo.


Lembre-se de que há cinco etapas no processo da dissolução,no Choque da humanidade.


Aquele que aquiesceu não tem mais necessidade de preocupar-se, de negociar ou de provas.


Ele entra, ao contrário, ainda mais intimamente, em seu coração e na evidência da fluidez da Luz e da Unidade.



Então, tudo está certo.

A perda concerne apenas ao efêmero.


A partir do instante em que sua eternidade tenha-se revelado, de qualquer maneira que seja, não há, obviamente, perda, mas, bem mais, reencontros, e o Amor, então, está na dianteira da cena, quer você o perceba em vibração, através das Coroas, ou não, aliás.



Ao voltar a tornar-se como uma criança, qualquer que seja o sofrimento, passado, presente ou a vir, ele nada é.


O Amor não pode, jamais, perder, se não é na aparência e na ilusão do tempo, mas isso é, sempre, apenas temporário, na linearidade do tempo.


No Absoluto, na Última Presença, como no Si, estabelecido, há apenas o Amor e nada mais.



A partir do instante em que não há mais resistência ou oposição, não há mais atrito entre o fogo vital e o Fogo vibral, então, o Fogo Ígneo restaura a Paz, restaura a Verdade.


Então, o caos, você apenas pode vê-lo e, efetivamente, nesse caso, você nada tem a viver disso, interiormente, mesmo se esteja presente em você, porque o coração tomou todo o lugar ou está em vias de tomá-lo.




… Silêncio…




Fale.



Não temos mais questões, nós lhe agradecemos por esses cinco dias de sua presença.


Aí, agora, e o Silêncio.




… Silêncio…




Até sempre, no Amor, em cada um de você.




… Silêncio…




Ao Amor e no Amor, em cada um de você.





… Silêncio…





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